sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

O dia em que Deus morreu

O dia em que Deus morreu
por Mart De Haan (com adaptações)

No dia 8 de Abril de 1966, a capa da revista Times perguntava em negrito: "Deus está morto?". A matéria descrevia o trabalho de vários teólogos que já não mantinham os conceitos tradicionais de Deus. Todos tinham concluído que o Deus de nossos pais não havia sobrevivido à aurora da evolução e do controle de natalidade.

O debate que se seguiu não se tratava tanto de Deus quanto de nós. Estávamos em meio a uma década turbulenta. Nosso mundo estava mudando. Uma malvista guerra no Vietnã ferara adesivos para automóveis que diziam "Questione a Autoridade". A ciência e a tecnologia estavam trazendo melhorias às nossas vidas e tornando-nos menos conscientes de nossa necessidade por um Deus sobrenatural.

Outras razões pelas quais alguns creem que Deus esteja morto.

Os desafios à visão tradicional de Deus se multiplicaram nas décadas seguintes. Nem todos eram seculares. Fraudes ao consumidor em programas televisivos religiosos sujeitaram o Deus da Bíblia à ridicularização pública. Promessas de "bênção por dinheiro" associaram o nome de Cristo a engodos como "enriqueça rapidamente" ou "emagreça rapidamente". Mais recentemente, evidências de abusos por membros do clero vieram à tona na mídia pública. Com esses relatos, vieram histórias de vítimas que, por terem sido abusadas, não mais consideravam o Deus da igreja uma opção viva.

Contudo, as pessoas iluminadas pela ciência ou desiludidas por líderes religiosos não são as únicas a falar sobre a morte de Deus.

A Bíblia também fala sobre a morte de Deus.
O Deus da Bíblia foi tão tocado pelo mal que as pessoas fazem às outras que escolheu morrer devido a isso. Em certo momento no tempo, o Deus eterno fechou Seus olhos e parou de respirar. Sob o peso dos pecados do mundo, Seu corpo pendeu sem vida. Naquele momento, Deus estava morto -  não somente na percepção dos outros, mas num tempo e local verdadeiro.

Ao fazer essa afirmação, a Bíblia vai muito além da capa e das páginas da revista Times. Em vez de perguntar "Deus está morto?", a teologia da Bíblia nos deixa um mistério além da compreensão humana (veja 1Timóteo 3:16). A segunda pessoa de um Deus trino tornou-se um homem real para enfrentar uma morte verdadeira por nossa causa (veja João 1:1-3 , João 14  e Filipenses 2:5-11). 

Como este drama incomparável revela, a morte física não foi o maior sacrifício fo nosso Deus. Antes ainda de dar Seu último suspiro numa cruz romana, Ele sofreu a infernal escuridão da distância espiritual entre Ele e Seu Pai Celestial. Quando os céus escureceram em pleno dia, Seu grito angustiado ecoou através do céu e da história: "... Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?" (Mateus 27:46).

De acordo com a Bíblia, o nosso Criados sofreu a morte tão agonizante para nos salvar.

O que a morte de Deus diz sobre nós.

Nós, que estamos dispostos a nos vermos como vítimas, ao invés de transgressores, poderíamos concluir que, provavelmente, a morte de Cristo fala mais sobre o mal alheio do que de nós mesmos. Podemos sempre indicar outra pessoa que pensamos ter nos dado uma justificativa para reagirmos de maneira hostil.

Contudo, vemos um panorama diferente quando olhamos mais de perto o sofrimento de Cristo. Na Bíblia está afirmado, que Ele não morreu simplesmente pelos pecados de alguém. Ele morreu por nós (veja João 3:16 e Romanos 5:8). A dor que ele sofreu fala abundantemente sobre a extrema natureza da nossa própria necessidade (Romanos 3:10-20).

Aquele que deseja ser incluído na morte de Cristo precisa admitir que, aos olhos de Deus, nossos próprios erros são do mesmo nível que os daqueles que violam leis federais com delitos capitais. A extensão do Seu sacrifício diz que, sem a Sua intervenção, nós ainda seríamos delinquentes condenados, sem esperança e aguardando no "corredor da morte" por aquilo que a Bíblia chama "a segunda morte" (veja Romanos 6:23; Apocalipse 20:14).

Como a morte de Deus pode ajudar-nos a encontrar uma nova vida.

As Escrituras não oferecem esperança para os que se recusam a crer quie Cristo sofreu por eles. No entanto, a Bíblia oferece uma vida totalmente nova para aqueles que creem que Cristo viveu e morreu em seu lugar. Como as pessoas que entram num programa de proteção a testemunhas, aqueles que encontram refúgio em Cristo adquirem uma nova identidade. Seu passado de tribulações é escondido nele (veja Colossense 3:3). Elas apropriam-se do Seu nome, recebem Seu Espírito e se tornam templos do Deus vivo (veja 1 Coríntios 3:16, 6:19).

Aqueles que permitem que o Espírito de Cristo seja visto em suas vidas são um antídoto à opinião que "Deus Está Morto". Sua felicidade e suas lágrimas se tornam uma calma demonstração de amor, alegria, e paz de um Deus que está vivo e tocando outros por intermédio do Seu povo. Ninguém faz isso com perfeição. Mas, poucas coisas são mais necessárias do que imperfeitas, aflitas e gratas, cada vez mais dipostas a deixar Cristo viver Sua vida por meio delas (veja Romanos 8:11).

Como podemos alcançar essa rendição? Podemos começar observando nosso Senhor Jesus mover-se pelo Jardim do Getsêmani, deixar seu trono, e caminhar até a página central da história humana. No caminho, Ele suspira "...Contudo, não se faça a minha vontade, e sim a Tua". E em seguida, em meio a uma agitada multidão, numa colina fora das muralhas de Jerusalém, Ele carregou voluntariamente sobre si o eterno peso do nosso pecado e morte - por nós!

Oremos!

Pai celestial, não desejamos parar de agradecê-lo pelo preço que Tu pagaste por nós. Contudo, nos distraímos com facilidade. Por favor, ajuda-nos hoje a renovarmos a nossa gratidão pela morte do Teu Filho. Por favor, usa a rendição deste momento para permitir que a vida de Cristo, e a Tua, sejam hoje vistas em nós. Amém!

Nenhum comentário:

Postar um comentário